Ilustração de um cérebro

Atualizar-se é necessário para qualquer profissional, não é verdade? Sobre isso, já estamos carecas de saber (tanto quanto este que vos escreve). Mas para nós, professores, essa necessidade se torna ainda mais crucial, pois temos por exercício de profissão ensinar, e esse verbo denota, por responsabilidade, que devemos levar aos nossos alunos um conhecimento moderno, contemporâneo, que esteja dentro e seja fruto de um contexto atual, para que eles possam se integrar à sociedade de forma efetiva e produtiva.

A geração atual, que acompanhou o crescimento das tecnologias de informação e comunicação, integrantes conhecidos como nativos digitais, já incorporam no seu dia a dia várias dessas tecnologias e linguagens, como smartphones sensíveis ao toque, reconhecimento facial, conversão de textos em sons, e tantas outras. Por estarem integrados nesse meio tecnológico e crescerem aprendendo várias dessas tecnologias, levam esse conhecimento para a sala de aula e, consequentemente, o professor, se não possui resistência a esse aprendizado, acaba também se atualizando e aprendendo bastante. Novas versões de smartphones e consoles de videogames, novas linguagens, novos youtubers, novos memes, enfim, essa molecada, antenadíssima, conhece tudo de novidades tecnológicas e mais um pouco. Entrar em contato com eles nos traz novas formas de ver o mundo, novos pontos de vista que favorecem e engrandecem a nossa arte de ensinar.

Recentemente, precisei instalar um novo aplicativo no meu velho e bom smartphone. Nem tão velho assim, faz apenas dois anos que foi lançado, mas já não suportou a nova versão de um aplicativo de rede social mais recente. Precisei atualizá-lo. Penso que o nosso cérebro, composto por neurônios, dendritos e axônios, assemelha-se a um sistema operacional de smartphone. Para que novos aplicativos (conhecimentos) possam ser instalados nele, ele deve estar constantemente em atualização. Precisa ser compatível com novas versões de novos paradigmas. Novas experiências, estudos e contato com pessoas mais novas geram um enorme aprendizado que faz com que consigamos desenvolver atividades adequadas à capacitação dos nossos alunos para a sociedade.

Há alguns meses, no programa dominical “Fantástico” da Rede Globo, foi transmitida uma reportagem sobre como a nossa capacidade de audição se perde conforme a idade. Para confirmar a tese, foi aplicado um teste: o programa emitia um som e afirmava que, quanto maior a idade, menor a capacidade de ouvir os sons mais agudos. Eu, acima dos quarenta, não consegui ouvir o terceiro som, a 15.000 hertz. Meu filho, com apenas 10 aninhos, zerado, primeira versão do sistema operacional, conseguiu ouvir até o último som, 19.000 hertz.

Enfim, atualizar a bios e a versão do nosso sistema constantemente se faz fundamental para que os nossos neurotransmissores continuem a produzir as conexões necessárias, para que assim continuemos conectados ao futuro de nossos alunos e sempre em atividade no processo de ensino-aprendizagem.

*Pensa que sei tudo de cérebro? Repararam que não, né! Aqui vai a dica: meu filho trouxe um livraço da escola, indicado pela sua jovem professora: Viagem por Dentro do Cérebro, de Daniel Martins de Barros, professor da Faculdade de Medicina da USP, e muito bem ilustrado por Fábio Sgroi. Aprendi tudo de cérebro lá, ensinado pelo autor de forma simples e com testes bem legais para colocar nossos neurônios novamente em atividade.

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