Pessoa com livros e cadernos sobre a mesa

É chegada a hora de correr atrás do prejuízo para quem está devendo atividades e/ou precisa melhorar as notas. Para os que, ao longo do ano, conseguiram atingir os resultados esperados, o momento é de consolidar as conquistas e fechar com chave de ouro os estudos.

Este é o momento, também, para as famílias avaliarem o trabalho das escolas. Validar o andamento do(s) filho(s) na instituição, rever passos, verificar se os compromissos assumidos foram cumpridos integralmente, conversar com gestores e professores e, com isso, verificar se vale a pena prosseguir nesta escola ou se será preciso rever e alterar os rumos.

Mudanças no tocante a escolas não são aconselháveis a todo o momento. Trocar de escola durante um ciclo específico, por exemplo, significa rupturas no que tange a planejamentos de ensino, mudança de regras estabelecidas pela escola onde a criança/adolescente estuda, separar o estudante dos amigos que está fazendo ou que já tem na referida instituição e, também, quebra de rotinas de estudo e organização acordadas com a escola e a família.

Se a escola em que seu filho(a) estuda é pública, é preciso verificar as regras que imperam no município ou na rede estadual no tocante a transferências, mas é direito adquirido, caso constatada a necessidade pela família e/ou verificadas situações que prejudicam os estudos da criança/adolescente. Há, também, é claro, a questão da disponibilidade de vagas nas melhores escolas municipais ou estaduais em cada cidade. Se informe na diretoria de ensino local para ver o que pode ser feito quanto a transferências para outras escolas da rede.

De qualquer modo, é preciso verificar questões como as que relaciono abaixo para saber se vale ou não a pena requisitar uma mudança de unidade de ensino:

  • O ciclo de aulas é regular, ou seja, diariamente as atividades previstas são cumpridas, sem que os professores faltem muito e, com isso, atrasem a programação?
  • O aluno se sente respeitado, tendo aulas em ambiente seguro, sem sofrer bullying ou qualquer outro tipo de ameaça a sua integridade física?
  • Os profissionais da escola – gestores e/ou professores, estão disponíveis para atendimento ao aluno ou a familiares quando requisitado?
  • As instalações da escola estão em boas condições? A manutenção e limpeza de prédios, laboratórios, bibliotecas e quadras é feita de forma regular?
  • Os equipamentos disponíveis para estudos, como computadores e/ou tablets, livros na biblioteca, recursos em laboratórios de ciências, bolas e equipamentos esportivos diversos, materiais específicos para aulas de artes e afins, são encontrados e utilizados de forma regular e programada pelos estudantes?
  • Os professores participam de cursos, estão atualizados, utilizam novas tecnologias, são frequentes em reuniões de pais e mestres e, acima de tudo, cumprem com o programa, utilizando metodologias adequadas e respeitando os alunos?

São alguns questionamentos básicos que devem ser norteadores de uma avaliação dos serviços escolares oferecidos nas escolas públicas e, também, em instituições privadas de ensino.

No caso das escolas particulares, outros levantamentos devem ser realizados, como por exemplo:

  • A verificação da qualidade do ensino a partir de depoimentos de pais e alunos disponíveis na internet ou no contato direto nas atividades organizadas pela escola;
  • A verificação dos rankings educacionais baseados em provas nacionais para checar se a escola participa e tem bons resultados;
  • A checagem de resultados obtidos pela escola em olimpíadas acadêmicas ou em vestibulares/Enem, também visando conferir a qualidade do trabalho acadêmico oferecido;
  • A verificação da coerência entre o que se apregoa quanto ao trabalho realizado pela escola e o que é divulgado pelo marketing da instituição;
  • O perfil dos profissionais que são contratados e atuam na escola.

Por vezes o foco das famílias na contratação de serviços escolares está centrado em aspectos muito subjetivos, como por exemplo, a tradição de uma instituição, os resultados em provas nacionais, o status conferido pela participação naquela escola para a família e os alunos.

Em outros casos o olhar se direciona para questões materiais mais explícitas, como as instalações, as ofertas de atividades adicionais ou, mesmo, os valores de mensalidades e matrícula.

É preciso sempre comparar o que foi oferecido com o que o aluno teve em termos de serviços e recursos ao longo do ano. Há situações em que, literalmente, se compra gato por lebre…

A preocupação em relação a promessas distantes ou aparentemente impossíveis de serem cumpridas deveria ocorrer já na matrícula, no início do ano letivo, mas se, por acaso, a família acreditou na escola, no final do ano é preciso conferir o quanto foi cumprido (e como) no tocante as promessas feitas pelos mantenedores e gestores da instituição educacional escolhida para seus filhos.

Metodologias modernas, por exemplo, devem compor as melhores escolas, mas sua aplicação e uso regular, com pleno conhecimento e domínio pelos professores, planos de aula adequados e factíveis, são realidade na escola de seus filhos? Ou são apenas curiosidades, atividades ocasionais, ações esporádicas realizadas para impressionar e realizar a divulgação da escola?

Quando a escola apregoa ter o melhor corpo docente, contando com professores de ponta, muito qualificados, é preciso pensar tanto no que tange ao acadêmico quanto no didático e comportamental. Os docentes podem ser ótimos nas respectivas áreas do conhecimento, mas se têm comportamento inadequado ou, ainda, se não são compreendidos em suas estratégias de ensino pelos alunos, de que adianta terem grande qualificação?

A escola divulga que conta com apoio de coordenadores e orientadoras para dar suporte acadêmico e emocional para seus filhos e, certamente, isso é de grande valia, importantíssimo para o trabalho educacional, mas está, de fato acontecendo no dia a dia da instituição? Seu filho ou filha tem o rendimento acompanhado por estes gestores da escola? Em caso de dificuldades, orientadoras e coordenadores demonstram preparo para lidar com as situações de estresse, ansiedade, insegurança, baixo rendimento escolar ou problemas de socialização do estudante?

São questões importantes, de vulto para a formação dos estudantes, em qualquer faixa etária, que somadas a preocupações reais com o cotidiano, da limpeza dos banheiros e demais instalações, passando pela educação no tratamento dado aos alunos, familiares e entre a equipe interna (situações em que sempre deve prevalecer o respeito), pela formação e estudo permanente dos docentes e profissionais que realizam a gestão da escola, pela compreensão de que a educação acontece a todo o momento – nas salas de aula (no estudo dos conteúdos), ocorrendo também nas pequenas e aparentemente invisíveis atitudes do cotidiano, como por exemplo, ao dizer por favor, obrigado ou simplesmente cumprimentar as pessoas, até chegar na oferta de cursos adicionais ou atividades esportivas e culturais, fundamentais para a saúde e desenvolvimento pleno dos estudantes.

Por isso, a partir de novembro, não apenas as avaliações finais aplicadas aos alunos devem ser realizadas para o fechamento do ano letivo, mas também, é hora de verificar se a escola, seus gestores, professores e funcionários, fazem a lição de casa da melhor forma possível e se irão passar de ano…

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