várias crianças sorrindo e rindo adoravelmente

Pergunta-se a todo o momento o que os pais devem buscar numa escola para que nela matriculem seus filhos. Há questões quanto a metodologia a ser usada por uma instituição educacional e seus professores. Especialistas apontam recursos variados que não podem faltar nas salas de aula e laboratórios. O currículo é esquadrinhado pelas autoridades governamentais e estudiosos na área da educação. Tecnologias são apontadas como elementos fundamentais para o sucesso na formação dos alunos, representantes da geração digital…

Afinal, o que as escolas devem proporcionar para seus alunos?

Pensemos, inicialmente nos insumos a serem considerados básicos, que poderíamos enumerar como sendo os seguintes:

– Formação acadêmica de qualidade;

– Preparação para resolver problemas;

– Condição para se relacionar bem com outras pessoas, o meio, as instituições;

– Capacitação para uso dos conhecimentos em situações produtivas ou de trabalho;

– Postura ética, cidadã e responsável em relação ao mundo em que vive;

– Adaptabilidade a diferentes contextos e situações;

– Estabilidade/controle emocional.

A leitura destes insumos básicos pode ser realizada de outra forma, como por exemplo, adaptando aos princípios trazidos e trabalhados por Jacques Delors, em sua já clássica obra, “Educação: Um tesouro a descobrir”, em que define quais seriam os 4 pilares da educação, os quais revisamos a seguir:

  • Aprender a aprender ou Aprender a conhecer;
  • Aprender a ser;
  • Aprender a fazer;
  • Aprender a conviver.

Há, evidentemente, outras leituras do que seria básico para a formação, relacionando a fatores como globalização, mundo do trabalho, valores familiares, religiosidade, origens nacionais, cultura, etnia…

O advento de um novo mundo, no qual a tecnologia é também insumo e base de trabalho, estudo e realização para muitas pessoas, traz a necessidade de pontuar meios, formas, caminhos, estratégias e possibilidades de uso de recursos, ideias e elementos relacionados ao universo virtual. É premente, por exemplo, definir os limites da tecnologia da vida das pessoas, em especial, das novas gerações, tão fundidas em seu cotidiano a suas ferramentas que, muitas vezes, distanciam-se perigosamente do universo real.

Em todos os casos, seja qual for o elemento a definir a linha de trabalho a ser realizada e os objetivos primordiais a serem atingidos, o que se busca, essencialmente, é a felicidade humana.

Vivemos, porém, um momento de dúvidas, incertezas, velocidade, aceleração, consumismo, relações descartáveis, mercantilização dos elos que unem as pessoas, estresse, doenças psicossomáticas, competição acirrada e desleal, corrupção, desmandos, violência… isso não é a realidade única, no entanto, o foco maior da mídia e das redes sociais têm sido nas tragédias, desastres, problemas e dificuldades que vivemos.

Neste interim, portanto, compete à escola, a família e a outras instituições de apoio as crianças, adolescentes e jovens, definir elementos que orientem pensamento e ações para uma vida mais feliz e saudável, em que exista o preparo emocional para o sucesso e para o fracasso, para o acerto e para o erro. Tudo isso sem, é claro, se esquecer do saber humano que vem sendo construído ao longo de séculos de experiência.

É preciso estudar, ler, saber, ter ciência e conhecer, mas como fazer isso? Evidentemente as escolas focam no conteúdo e, tantas vezes, deixam de trabalhar os processos através dos quais os alunos podem entender e se relacionar com os saberes a ponto de repensar, criticar, emendar, melhorar, questionar, discordar ou concordar embasados por argumentação sólida, tendo solidez na defesa daquilo que pensam e propõem.

Como ler, pesquisar, selecionar ideias importantes, realizar registros, usar dados, trabalhar com estatísticas, fazer com que os saberes trabalhados pelas diferentes áreas do conhecimento se tornem elementos usuais na vida de um estudante, ou seja, o aprender a aprender, evidentemente é algo a ser atingido.

Trabalhar de forma individual ou em grupos, lidando com as diferenças para que elas favoreçam o resultado final, usando os recursos disponíveis e não lamentando a falta de algum insumo, tendo em mente a produção final ser sempre de excelência (o que é isso? Até mesmo tal ideia precisa ser firmada entre os educandos), cumprindo prazos e cronogramas e, ao final, estando aberto a crítica construtiva trazida por seus pares é, também, resultado esperado na formação escolar.

Agir dentro dos conformes da inteligência emocional, lidando com as frustrações e também com os êxitos sem se deixar inebriar pelos louros da vitória ou se decepcionar profundamente com os erros e derrotas que inevitavelmente virão na vida de todos, sabendo se relacionar com as pessoas, de modo a respeitar e valorizar a participação de cada um ou sendo capaz de pontuar, de modo responsável e ético os problemas ou dificuldades percebidos na atuação de alguém ou de algum grupo, também são metas a serem atingidas na formação educacional.

Ter consigo valores universais que signifiquem e efetivamente comunguem daquilo que é moral, do que se aplica a vida de forma ética, partindo do respeito ao próximo até a defesa do meio-ambiente e de uma melhor qualidade de vida para todos de uma comunidade é tão essencial quanto os demais itens trazidos anteriormente.

Fala-se hoje em educação socioemocional, em neurociência aplicada a escola e ao uso mais humanizado das tecnologias, com as metodologias ativas, as ações Maker e FabLab, por exemplo, como meios, recursos e estratégias de apoio a educação. Tudo isso é muito bem-vindo, é preciso, no entanto, que qualquer solução, seja ela qual for, venha a ser dimensionada e aplicada com critério, objetividade e conhecimento de causa para que seus efeitos sejam sentidos, percebidos e positivos para os educandos e toda a comunidade. Somente assim o que a escola proporcionar a seus alunos será efetivo e terá, para os educandos e toda a comunidade, os resultados esperados, a curto, médio e longo prazos.

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