Cabo de rede Ethernet sendo colocado na entrada do computador

Dados disponibilizados pelo IBGE revelam que os brasileiros com mais de 10 anos de idade conectados à internet já representam 64,7% da população ou o equivalente a mais de 115 milhões de usuários. O outro lado da moeda, ou destes números destaca a exclusão, até o momento, de mais de 65 milhões de pessoas dentro do mesmo grupo etário que ainda não têm acesso à web.

Uma das principais e primeiras repercussões relacionadas ao uso da web pelos brasileiros é a queda no uso das ligações telefônicas tradicionais. Os comunicadores, como o Whatsapp, e as redes sociais, como o Facebook, por exemplo, estão sendo utilizados de modo a substituir as ligações faladas convencionais. Se, por um lado, a telefonia tem contabilizado perdas no seu modelo mais regular de serviços, por conta do uso cada vez maior da internet pelo celular, os serviços de disponibilização de redes 3G/4G estão, como consequência disso, muito mais populares.

Isso ocorre tendo em vista que o principal meio de acesso dos brasileiros a web ocorre por meio de seus aparelhos celulares. Os dados da pesquisa divulgada pelo IBGE, referentes a coleta de informações realizada em 2016, demonstram que naquele período cerca de 138 milhões de brasileiros tinham aparelhos celulares e estavam acessando a internet por meio de seus dispositivos. O acesso por meio de celulares no país atinge mais de 94% dos usuários brasileiros enquanto, por outro lado, o acesso por meio de computadores domésticos totaliza o montante de 48 milhões de pessoas.

Outro dado interessante revelado pela pesquisa se refere ao fato de que as redes de banda larga móvel (3G/4G) conectavam 77,3% dos lares brasileiros enquanto a banda larga fixa estava estabelecida em 71,4% das residências nacionais. O uso da banda larga móvel é maior nas regiões Norte e Nordeste, em que a infraestrutura da concorrente banda larga fixa é mais precária.

Há, ainda, uma disparidade considerável no que se refere ao acesso por regiões a internet no Brasil. A região Sudeste, com mais de 76% da população conectada tem índices equivalentes aos dados atuais dos Estados Unidos. Por outro lado, com pouco mais de 56% de sua população conectada, o Nordeste apresenta o pior resultado entre as regiões brasileiras e está nivelada com a China.

O uso regular da internet entre os brasileiros concentra-se, de acordo com a pesquisa, nos seguintes serviços: Acesso as redes sociais e aplicativos com o objetivo de envio de mensagens de texto, voz ou imagem (94,2%); assistir filmes, séries, vídeos ou programas via web (76,4%); chamadas de voz ou vídeo (73,3%) e, em 4º lugar, o envio e recebimento de e-mails (69,3%).

A faixa etária que apresenta maior acesso à internet no país é aquela dos jovens que têm entre 18 e 24 anos, atingindo cerca de 85% dos usuários brasileiros neste segmento. As crianças entre 10 e 13 anos apresentam percentual elevado de uso, com cerca de 66% delas acessando regularmente a internet. O segmento etário com menor uso destes recursos é aquele composto por idosos, com 60 ou mais anos, em que apenas 24% deles usa serviços do setor.

Estes dados são importantes e reveladores do comportamento dos usuários em relação aos serviços ofertados via web no país. Percebemos que há um aumento nos acessos em relação aos dados anteriores, assim como a consolidação as redes móveis e smartphones como principal meio de acesso; no entanto, as finalidades, ainda que a superação da telefonia tradicional no quesito comunicação entre usuários seja reflexo dos menores custos para esta comunicação se efetivar via web, é a principal diferença percebida no que tange ao acesso a serviços e conteúdo. A outra constatação é que a forma como os brasileiros estão assistindo filmes e programas de TV está mudando, com a possibilidade de ver tal conteúdo nos horários mais apropriados e não direcionados pela grade dos canais de TV aberta ou paga, os telespectadores preferem esta comodidade e isso somente aumenta os consumidores de serviços de streaming, como a Netflix e o YouTube. O uso cultural e educacional continua sendo, infelizmente, não prioritário ou focado pelos usuários, ainda que a oferta de cursos e recursos educativos e culturais seja corrente e conte com ferramentas de qualidade, como por exemplo, o YouTube Edu, ou canais especializados em educação, como o próprio Planeta Educação.

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